DONS INFUSOS DO ESPÍRITO SANTO

A santidade é uma exigência, mas Ele não exige nada de nós sem antes nos dar as condições de O atendermos. “O Espírito habita na Igreja e nos corações dos fiéis, como num templo (cf. ICor. 3,16; ICor. 6,19). Leva a Igreja ao conhecimento da verdade total...Dota-a e dirige-a com diversos dons hierárquicos... (Constituição Dogmática Lumem Gentium n. 4). Eis a providência de Deus para a nossa própria santificação: os Dons Infusos ou Hierárquicos. São sete, e se encontram descritos no Livro do Profeta Isaías, Cap. 11, 1- 4a.


Meditemos sobre cada um deles:

1>>Sabedoria – dá-nos gosto espiritual pelas coisas de Deus. Dá sabor espiritual para viver com o Senhor. Impulsiona-nos a fazer o que é bom: amar. Afeiçoai-vos às coisas lá de cima, e não às da terra (Col. 3, 2). Tira-nos do relativismo espiritual e leva-nos ao profundo e maduro fervor para buscarmos o Senhor e as coisas do alto. Dentre outros benefícios, dá-nos um grande amor pela Igreja.

2 >>Entendimento – dá-nos a graça de entender sem explicar. Faz-nos ver o divino ainda que em aparência de natural (Ex: ver Jesus no Pão Eucarístico). Ilumina e aumenta nossa fé. Passamos a constatar a graça de Deus nos Sacramentos. Leva-nos a acatar e acolher a vontade de Deus em nossa vida como sendo o melhor para nós. Tira-nos da cegueira e dá-nos visão espiritual. “Sabemos que o Filho de Deus veio e nos deu entendimento para conhecermos o Verdadeiro” (I Jo. 5, 20a).

3 >> Prudência ou Conselho – Dá-nos o equilíbrio para agir de acordo com a vontade de Deus. Discerne, isto é, separa, divide o certo do errado. É a medida da ação acertada. Leva-nos a viver com seguinte pergunta ecoando em nossos corações: O que Jesus faria nesta situação? Tira-nos da inconseqüência de nossos atos e leva-nos à vigilância. “O homem prudente percebe o mal e se põe a salvo, os imprudentes passam adiante e agüentam o peso” (Prov. 27, 12).

4 >>Coragem ou Fortaleza – Age sobre nossa vontade, ajustando-a à santidade. Dá-nos força sobrenatural para suportar e superar dificuldades, problemas e tentações. Faz-nos perseverantes. Tira-nos da derrota da queda no pecado e conduz-nos à vitória em Deus. “Não vos sobreveio tentação alguma que ultrapassasse as forças humanas. Deus é fiel: não permitirá que sejais tentados além das vossas forças, mas com a tentação ele vos dará os meios de suportá-la e sairdes dela” (ICor. 10, 13).

5 >>Ciência – Leva-nos à penetração espiritual, a conhecer Deus em profundidade, à adoração em espírito e verdade. Leva-nos à valorização da criação de Deus (Ex: São Francisco de Assis). Faz-nos crer nas verdades reveladas pelo Senhor e enxergar que Ele é uma realidade concreta e age na vida dos homens. Tira-nos da superficialidade e conduz-nos à maturidade. “Mas vem a hora, e já chegou, em que o verdadeiros adoradores hão de adorar o Pai em espírito e verdade, e são esses adoradores que o Pai deseja” (Jo. 4, 23).

6 >>Temor de Deus – é um termo desgastado, pois temos a falsa idéia de que se refere a medo de Deus. Ao contrário é o reconhecimento do grande amor de Deus para conosco. Como Ele me ama, procuro corresponder a esse amor tentando agradá-lo em tudo, por amor. Deus também quer ser amado por nós. É o respeito amoroso do filho para com o Pai. Leva-nos ao arrependimento e à busca do Sacramento da Reconciliação com o firme propósito de emenda. Tira-nos da indiferença a Deus e leva-nos à coerência. “O temor do Senhor expulsa o pecado. Pois aquele que não tem esse temor não poderá tornar-se justo. A violência de sua paixão causará sua ruína” (Eclo. 1, 27-28). “Procurai o que é agradável ao Senhor” (Ef. 5, 10).

7>>Eqüidade ou Piedade – Leva-nos a viver a fraternidade. Enxergamo-nos todos como filhos do mesmo Pai. É esse o verdadeiro sentido da vivência em comunidade cristã. Leva-nos a respeitar e aceitar o próximo como ele é, com suas qualidades e limitações. É o princípio da unidade. Conduz-nos a relacionamentos autênticos e sólidos com os irmãos, uma vez que não fomos criados para o isolamento. Dá-nos condições de perdoar, de nos compadecermos, de nos doarmos. Leva-nos a exalar amor para o próximo. Dá-nos a graça de pagar o mal com o bem. “Finalmente, tende todos um só coração e uma só alma, sentimentos de amor fraterno, de misericórdia, de humildade. Não pagueis o mal com mal, nem injúria com injúria. Ao contrário, abençoai, pois para isto fostes chamados, para que sejais herdeiros da bênção” (I Pd. 3, 8-9).

Todos esses Dons Infusos estão em nossos corações pela Graça Santificante recebida por nós no Batismo, mas nem todos têm obtido o efeito desejado e sonhado por Deus em nossa vida, isto é, a nossa santificação pessoal.
Vinícius Rodrigues Simões


Coord. Estadual do Ministério de Formação – RCC/RJ

Um comentário:

Unknown disse...

Boa tarde, Vocês todo o material do EPA digitalizado (apostila), pois gostaria muito de comprar, quero me aprofundar mais nos estudos religioso.

Obrigado,
Bruno (Rio de Janeiro) - barraial@gmail.com

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